Este ciberespaço é destinado para apresentação de textos, artigos e pesquisas que compõem o material interdisciplinar do tema Comunicação e Tecnologias Contemporâneas: uma abordagem rizomática sobre os novos modos de interação e socialização do Homo Virtualis em seu ambiente digital.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Definição de SOCIEDADE EM REDE

De definição ainda em crescendo, a Sociedade em Rede carateriza-se (tomando como base o entendimento do autor do conceito, Manuel Castells) por uma sociabilidade assente numa dimensão virtual, possível e impulsionada pelas novas tecnologias, que transcende o tempo e o espaço (Castells, 2002). É hoje possível assumir-se que sociabilizar em rede é o termo indicado para caracterizar grande parte das interações sociais no mundo ocidental e nos países desenvolvidos desde o aparecimento da Internet.


A Sociedade em Rede, alicerçada no suporte digital, encontra-se vinculada ao nosso quotidiano e às nossas interações com o mundo. Lemos os jornais na Internet (podendo, interativamente, comentar essas mesmas notícias), comunicamos através de redes sociais, pesquisamos informações, partilhamos conhecimentos, algo que está a acontecer numa qualquer parte do mundo pode ser noticiado de imediato em tempo real. Com estas pequenas rotinas e hábitos do nosso dia-a-dia estamos a sociabilizar com pessoas que podemos ou não conhecer pessoalmente sem, por vezes, termos essa noção.

Logo, podemos dizer, antes de mais, que a Sociedade em Rede revela uma vivência social diferente, aproveitando as potencialidades da comunicação que a Internet (ou, noutras palavras, a possibilidade de permanente Conetividade através dela) oferece para a partilha de sentimentos, ideias, conhecimentos, informações, conceitos, entre outros, sendo a sua principal particularidade a diminuição da distância e do tempo, deixando o mundo mais pequeno e à distância de um simples "clique".

Numa sociedade conectada em rede, é cada vez mais raro agirmos isoladamente: qualquer área em qualquer lugar do mundo pode colaborar em projetos, ideias ou observações. Segundo Lévy (1999) "Os pesquisadores e estudantes do mundo inteiro trocam idéias, artigos, imagens, experiências ou observações em conferências eletrônicas organizadas de acordo com interesses específicos". O mundo está cada vez mais colaborativo e interconectado. As pessoas estão a trabalhar em conjunto sem necessariamente estarem juntas.

Já Jonhson (2001) contrapõe um aspeto do pensamento sobre tecnologia e cultura que estamos acostumados a ter quando diz que "Há uma coisa engraçada acerca da fusão de tecnologia e cultura. Ela fez parte da experiência humana desde o primeiro pintor de cavernas, mas temos tido muita dificuldade em enxergá-la até agora". Vale a pena reforçar que aqui estamos a falar de uma Sociedade em Rede e não de uma nova sociedade ligada à tecnologia, visto que a nossa sociedade sempre esteve imersa na tecnologia, seja ela uma tecnologia ligada à pedra ou ao silício.
Muitos são, ainda, os sinónimos (ou conceitos) que se confundem e são atribuídos à Sociedade em Rede, nomeadamente:

• Sociedade de Informação: “A Sociedade da Informação é um conceito utilizado para descrever uma sociedade e uma economia que faz o melhor uso possível das Tecnologias da Informação e Comunicação no sentido de lidar com a informação, e que torna esta como elemento central de toda a atividade humana (Castells, 2001).” (Borges, 2004).
“A sociedade da informação é a sociedade que está atualmente a construir-se, na qual são amplamente utilizadas tecnologias de armazenamento e transmissão de dados e informação de baixo custo.” (Meirinhos, 2000, p.2).

• Sociedade do Conhecimento: “O Conhecimento por ser, em grande parte, resultado da partilha coletiva de significados, é necessariamente construído em sociedade, promovendo valores como a colaboração, a partilha e a interação” (Borges, 2004).

Por outro lado, a sociedade do conhecimento é também aquela onde a sua posse toma uma dimensão e uma relevância tais que determina as atuações em todas as outras áreas, potenciando o surgimento de conflitos que levam à necessidade da criação de acordos e de legislação para proteger os direitos da propriedade intelectual (Tedesco, 1999).

“A característica marcante destas sociedades é que o conhecimento teórico e os serviços baseados no conhecimento tornam-se os componentes principais de qualquer atividade econômica.” (EULAKS, s/d).

• Sociedade da Informação e do Conhecimento: sobre a relação entre Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento, “... o subdiretor geral da UNESCO para a Comunicação e Informação, Abdul Waheed Khan, declara: Sociedade da Informação é o tijolo para construir o edifício de Sociedades do Conhecimento.” (EULAKS, s/d).

Apesar destas convergências, é necessário referir a discordância de Manuel Castells: “Frequentemente, a sociedade emergente tem sido caracterizada como sociedade de informação ou sociedade do conhecimento. Eu não concordo com esta terminologia. Não porque conhecimento e informação não sejam centrais na nossa sociedade. Mas porque eles sempre o foram, em todas as sociedades historicamente conhecidas. O que é novo é o facto de serem de base microelectrónica, através de redes tecnológicas que fornecem novas capacidades a uma velha forma de organização social: as redes.” (Castells M., Cardoso G., 2005, p.17).

A Sociedade em Rede é uma entidade que transcende e atravessa qualquer uma das categorizações atribuídas à Sociedade da Informação, à Sociedade do Conhecimento ou à Sociedade da Informação e do Conhecimento.

Os indivíduos, ao organizarem-se em grupos mais ou menos hierarquizados, estabelecem um conjunto de relações, formando redes de maior ou menor grau de complexidade. Na Sociedade em Rede podemos encontrar um conjunto de elementos conexos entre si, que têm vindo a adquirir uma dimensão que ultrapassa o espaço convencional/físico, levando assim à necessidade de se introduzir um novo conceito de espaço: o espaço virtual/ciberespaço. As barreiras/fronteiras físicas deixaram de ser um fator decisivo na propagação de acontecimentos, notícias, costumes, hábitos, levando a que se formasse o que Marshall Macluhan apelidou de uma aldeia à escala global.

Deu-se assim início a um conjunto de alterações que decorrem a uma velocidade muito rápida, comparativamente a períodos passados da nossa História, lançando nos diferentes elementos da sociedade um sentimento de insegurança/receio/exclusão, que é transversal a todas as organizações (desde o Estado até à Família), que só poderá ser superado se, entre outros, os indivíduos tiverem acesso às ferramentas e meios que permitam a inclusão de todos aqueles que não o têm.

Considerada como estádio superior do desenvolvimento humano, a compreensão da Sociedade em Rede enquanto tipo particular de estrutura social deixa em aberto "o julgamento valorativo do significado da sociedade em rede para o bem-estar da humanidade". (Castells M., Cardoso G., 2005, p.18).

A Sociedade em Rede exige ao ser humano uma nova maneira de estar e encarar tudo na sociedade. Por exemplo, a família tradicional em plena crise do patriarcalismo requer mudanças radicais no sistema educativo, mas também nos conteúdos e organização do processo de aprendizagem. As sociedades que não forem capazes de lidar com este e outros aspetos irão enfrentar grandes problemas económicos e sociais no mundo atual em processo de mudança estrutural.

A Sociedade em Rede pode então ser vista como um "entrançado social" que se vai multiplicando e densificando através de interações complexas e difusas, num mundo em que as fronteiras entre interior e exterior se esfumam e em que os espaços privados e públicos se confundem.

Neste sentido, a Sociedade em Rede torna-se mais inacessível e de difícil observação, carregando em si um misto de instabilidade, de incerteza e de desorientação. Daí advém a urgência no surgimento (de forma contraditória mas igualmente humana) de novas apropriações e delimitações, tais como, por exemplo, as de “reenquadramento” do indivíduo (nomeadamente em cibercomunidades), através da reformulação das identidades, da revisão das pertenças, da reconstrução de cultura (cibercultura), da Netiqueta (ética de comunicação e relacionamento na Internet), entre outras.

Em suma, poder-se-á dizer que a Sociedade em Rede, de uma inevitabilidade e irreversabilidade constrangedoras, é pautada pela coexistência, sobreposição e conexão entre binómios fundamentais que afetam e são reconhecíveis em quaisquer das suas várias dimensões (social, política, financeira, geográfica,…) e campos (Educação, Ciência, Comunicação…). Esses binómios, que são transversais, podem agrupar-se como:

• Descentralização vs. Centralização (que, por sua vez, se pode particularizar noutros binómios como Horizontalidade vs. Verticalidade, Hierarquia vs. Distribuição);

• Global vs. Local (numa dinâmica que é transportada para o binómio do Indivíduo vs. Grupo, Ativo vs. Passivo, Abertura vs. Fechamento, Inclusão vs. Exclusão);

• Virtual vs. Físico (onde se redefinem as noções de Tempo e Espaço, elas próprias compostas por binómios como Flexível vs. Inflexível ou Instantâneo vs. Diferido);

• Público vs Privado (relacionado com o binómio Conetividade vs. Isolamento e também com as noções de Espaço e Tempo);

• Tecnologia vs Humanização (num fluxo simbiótico e constante).

Estes binómios, mais do que antagónicos, criam sinergias através de interações complexas (entre si e uns com os outros) possibilitadas pela inexistência das fronteiras no ciberespaço. É necessário então abandonar a noção de que estes são conceitos opostos, para se reconfigurar a forma como o Homem se define a si próprio e às suas relações sociais.

Os opostos dão lugar a noções (e realidades) como Rizoma e Conectividade, que justificam que a sociedade possibilitada (mas não limitada) pela emergência e generalização da microeletrônica tenha sido cunhada como Sociedade em Rede.

Obras de Referência:

 Borges, L. (Novembro de 2004). Sociedade da Informação. Porto: Universidade
Fernando Pessoa. Retrieved from:
 Castells, M. (2002). A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura - Volume I. Fundação Calouste Gulbenkian.
 Castells, M.,Cardoso, G. (2005). A Sociedade em Rede: Do Conhecimento à Acção Política. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. Retrieved from:
http://www.cies.iscte.pt/destaques/documents/Sociedade_em_Rede? CC.pdf 
 EULAKS. (s.d.). Sociedade da Informação versus Sociedade do Conhecimento. Retrieved from: http://www.eulaks.eu/concept.html?_lang=pt
 Johnson,S. (2001). Cultura da Interface -Como o computador transforma nossa
maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Zarzar Editora
 Lévy,P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34
 Meirinhos, M. (2000). A Escola Perante os Desafios da Sociedade de Informação, Encontro As Novas Tecnologias e a Educação - Instituto Politécnico de Bragança
 Tedesco, J. C. (1999). O Novo Pacto Educativo: Educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. Porto: Fundação Manuel Leão


Definição realizada pela turma do mestrado em Pedagogia do eLearning (MPeL6), no âmbito da Unidade Curricular de Educação e Sociedade em Rede.

10 comentários:

  1. Como já diz Pierre Lévy: "estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômico, político e humano". A internet é, de longe, a maior revolução social que aconteceu nos últimos tempos. Ela não só modificou por completo a forma como lidamos com o mundo e com as pessoas, como também lançou mão de uma novo espaço de interação, o ciberespaço.

    A rede, contudo, não altera a essência do ser humano. Somos nós que levamos a ela a nossa sociabilidade e as diferentes e inovadoras formas de interagir. A grande questão não é se a rede é benéfica ou não, mas sim: estamos, de fato, fazendo o melhor uso dela?

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    1. Grato, Giovani.

      Realmente, num primeiro momento a rede pode não alterar a essência do ser humano, desde que definamos o que entendemos por 'essência do ser humano'. Se, por exemplo, a entendemos como 'comunicação', então, evidencia-se que ocorrem alterações significativas no processo comunicacional do ser humano. Ou seja, a rede altera essa essência não apenas na sua morfologia - ao proporcionar novas formas de interação, produção, sensação etc. - como, também, no processo de cognição que perpassa as relações sociais subjacentes à dimensão visível da comunicação, assim, afetando diretamente a subjetividade das pessoas.
      Tu abres, portanto, uma interessante visão para reflexões.

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  2. É inegável pensar o espaço cibernético como uma nova configuração das relações humanas. Como o próprio autor diz, partilhamos na internet sentimentos, ideias, conhecimentos; interagimos com pessoas que nem sequer conhecemos; somos produtores de conteúdo, enfim.
    Acredito, no entanto, que, embora estejamos conectados com o mundo, as relações sociais estão enfraquecidas. Carecemos de uma real conexão entre indivíduos. Além disso, creio ser difícil mensurar o poder da internet quando mais da metade da população mundial em 2013 não tinha acesso a ela.

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    1. Grato, Lidiane.

      O espaço cibernético – o ciberespaço – é uma nova dimensão da realidade humana – a realidade virtual – e estamos ‘condenados’ a vivenciá-lo até que novas dimensões venham a se agregar a ele, ou ao nosso cotidiano.

      De fato, diversos questionamentos têm sido colocados pelos cientistas sociais sobre os benefícios e malefícios que as novas tecnologias introduzem, recorrentemente, na realidade humana. Virilio e Rudiger são dois desses, dentre outros. Contudo, poderíamos refletir sobre o enfraquecimento das relações sociais. Sob quais perspectivas elas estariam debilitadas?

      Quanto ao fato de metade da humanidade estar fora do ciberespaço é só questão de dias, uma vez que os celulares e dispositivos móveis, praticamente, todos já possuem. No Brasil existem mais celulares do que gente viva. Agora, o acesso, que já é universal nos países desenvolvidos, está se expandindo para todos os cantos do planeta, da mesma forma que os meios tradicionais – como fotografia, rádio, televisão – também tiveram o seu ‘tempo’ para se universalizarem. É uma questão de mercado. Logo o preço cai, para a indústria não cair caso não se adeque à realidade.

      Agora, outra reflexão interessante que tu colocas é sobre a ‘real conexão entre os indivíduos’. Pano virtual para nossas reflexões ciberespaciais em aula.

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  3. O mundo está mais colaborativo, já dizia Henry Jenkins. Tem sido muito debatido o modelo de autoria mais cooperativa, em função de um modelo que trabalha e produz só (a discussão sobre a “morte do autor” está presente inclusive nas obras de Roland Barthes e Foucault). Alguns trabalhos científicos das ciências biológicas, por exemplo, já começam a creditar às erveiras a coautoria pela descoberta de novos medicamentos – nada mais justo.

    Temos acompanhado diversas empresas investindo pesado em estratégias de marketing que promovam experiências multissensoriais e multimídia a fim de estabelecer maior conexão e identificação com os consumidores. De fato, partimos rumo à essa cultura mais participativa há alguns anos, caracterizada pelo comportamento do consumidor midiático contemporâneo, cada vez mais distante da condição de simples receptor passivo.

    Hoje, somos mais ativos na criação e circulação de novos conteúdos. Comunidades virtuais que se formam nesse ciberespaço, como as baseadas em jogos online, criam um verdadeiro fandom (junção das palavras inglesas fan – fã – e kingdom – reino –, sendo, portanto, “o reino dos fãs” ou a “comunidade dos fãs”) que promove uma série mais abrangente de formas de letramento, como comentários, notícias, ilustrações, vídeos ou tutorias de como se jogar com determinado personagem ou criar determinado produto. Todo esse processo forma o que Pierre Lévy entende como conhecimento coletivo, no qual as informações totais retidas por cada membro de uma comunidade de conhecimento podem ser acessadas e respondem a uma pergunta específica.

    Dessa maneira, as mídias deixam de ser simplesmente interativas para ganharem o viés de participação dos seus públicos. Enfim, formas de disseminação (como podcasts, websites, mídias sociais) não faltam para esse processo que é estimulado pelas empresas a gerar um amor pela marca (lovemark, tornando o consumidor simples e mais um usuário do produto em fã e seguidor devoto da marca), e que impactam, cada qual a sua maneira, na experiência do jogador e até no ato de compra.

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    1. O mundo está mais colaborativo, mais cooperativo, justamente, por que está mais comunicativo, graças à Web e ao seu rico conjunto de artefatos e dispositivos que são criados cotidianamente. Prova disso são as eleições recém-findadas. Nunca se interagiu tanto - particularmente, os jovens, mas não exclusivamente – graças à nova ferramenta de comunicação – o WhatsApp -, mas também outras plataformas, como nessas eleições.
      Foi um fenômeno sociológico de enorme envergadura para os estudos sobre o processo da comunicação política na contemporaneidade. O marketing das empresas é o que tem mais se beneficiado da cibercultura, com certeza. Mas o fogaréu levantado pela sociedade no ciberespaço eleitoral é algo a ser esmiuçado pelos profissionais da comunicação nos próximos tempos.

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  4. Segundo Jenkins, sociedade em rede é "onde velhas e novas mídias colidem, onde a mídia coorporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis", vivemos em um tempo onde o conhecimento está ao alcance de um clique, e não mais como no passado, onde este era privilégio apenas de poucos. As relações de trabalho e pessoais, foram mudadas graças a relação em escala horizontal que a sociedade em rede nos permitiu, ninguém mais é o dono da razão, todos podemos ter acesso a pesquisas e a informações que nos ajudem a formular a nossa própria opinião ou a reforçar e ganhar novos conhecimentos . A sociedade em rede transcende a verdade das mídias tradicionais e nos permite opinar, compartilhar e a expressar nossos pensamentos sobre qualquer assunto, finalmente podemos ser ouvidos e ganhamos a possibilidade de encontrar mais facilmente quem compartilha ideias comuns. As relações interpessoais foram modificadas, o aprendizado também, não saberíamos viver mais sem a rapidez e liberdade que temos na sociedade em rede, afinal, quem consegue passar um dia inteiro sem olhar o Facebook, não pesquisar nenhuma informação no google ou ler seu jornal online?

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  5. Na minha opinião, a maior função da sociedade de rede é poder juntar conhecimentos distintos, de pessoas com diferentes experiências de vida e em pontos distantes do planeta em um mesmo objetivo em comum.

    A inteligência coletiva refere-se a essa capacidade das comunidades virtuais de alavancar a expertise combinada de seus membros. O que não podemos saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer coletivamente. (Jenkins, 2007, p.56)
    Henry Jenkins fala, no segundo capitulo do livro Cultura de Convergência, sobre o poder dos fóruns na internet. No exemplo do livro, ele fala sobre uma comunidade de fãs conectados para descobrir detalhes ainda secretos para o público de sua série favorita. A rede de computadores torna acessível ao intelecto coletivo todo o conhecimento existente acerca de determinado assunto no tempo presente. E embora, o grupo de fãs seja um exemplo de inteligência coletiva na rede, acredito que essa conexão ainda poderá ampliar o conhecimento da sociedade em vários outros âmbitos, como na ciência e na medicina.

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  6. O termo Inteligência Coletiva, cunhado por Levy, para mim, reflete as relações na sociedade da internet 3.0, a atual dinâmica da sociedade em rede. Jornalismo colaborativo, software livre e jogos como Second Life também são reflexos de uma disposição social em que todos estão conectados, construindo e compartilhando conhecimento. A internet não só mudou a nossa compreensão do mundo, de nós mesmos e das nossas relações interpessoais, como reposicionou o papel do profissional de comunicação. A necessidade de uma produção de conteúdo constante, onde se preza mais por quantidade do que qualidade, nos fez por em cheque a credibilidade do jornalismo nas redes. Por outro lado, nunca tivemos leitores tão ativos e rígidos em frente ao que está sendo veiculado. Acredito que o que cabe a nós, futuros comunicólogos, é descobrir como nos apropriar e contribuir para essa construção coletiva para, enfim, nos posicionarmos adequadamente.

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  7. Acredito que "estar em rede" tem uma relação com à existência social, política ou econômica do mesmo modo da riqueza, o "não estar em rede" é uma nova forma de exclusão.

    O domínio das redes atualmente, me faz pensar no individualismo, e nas relações de poder que são transformadas. Dimensões como tempo e espaço são transformadas, e as interações mostram um mundo globalizado.

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